Isabella vence luta após picada de escorpião e se recupera no HC da Unicamp
- Gustavo Santos

- 18 de set.
- 3 min de leitura
Atualizado: 19 de set.

Foram horas de angústia e incerteza para a família da pequena Isabella, de apenas 3 anos. Picada por um escorpião dentro de casa, enquanto dormia, a menina chegou em estado grave ao Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp, na noite de terça-feira (16). No trajeto de Jaguariúna a Campinas, a mãe Érika rezava, e observava os médicos tentando estabilizar o organismo da filha.
Na manhã desta quinta-feira (18), agora mais calma, Érika Almeida, de 35 anos, explicou que Isabella segue internada, mas já está no quarto e brincando. Exames laboratoriais apresentaram alterações, em razão do organismo ainda reagir contra o restante do veneno do escorpião.
“Ela está estável, já não toma mais medicamentos e segue em observação. Como deu alteração em dois exames, os médicos estão monitorando e avaliando o quadro”, explicou a mãe. Solicitamos informações detalhadas sobre os procedimentos adotados na paciente, mas até o momento o HC não encaminhou.
Isabella chegou em estado grave na emergência do hospital. Ela apresentava vômitos intensos, batimentos cardíacos muito baixos e quadro de hipotermia. O soro antiescorpiônico foi aplicado e o quadro da criança foi gradativamente estabilizando-se.
O desespero
Isabella acordou chorando por volta das 23h de segunda-feira, quando Érica percebeu o escorpião preso na gola do pijama da filha. Elas moram no bairro Nova Jaguariúna, a poucos quilômetros do hospital municipal Walter Ferrari.
No entanto, o hospital não é referenciado pela Secretaria Estadual de Saúde para aplicação de antídotos contra veneno de peçonhentos, e por isso a transferência ao HC da Unicamp.
A Associação Beneficente Cisne, empresa que faz a gestão da saúde em Jaguariúna, informou que no caso de Isabella foram cumpridos todos os protocolos de assistência, estabilização da paciente e transporte à unidade de saúde de referência indicada pela rede estadual.
No desespero em socorrer a filha, Érica não imaginou que o hospital local não teria o soro antiescorpiônico. “Qualquer minuto pode custar a vida. É inadmissível que uma cidade como Jaguariúna não tenha esse soro”, desabafou Érica, que trabalha como operadora de caixa.
Em novembro do ano passado, a família de Artur Carvalho, de três anos, passava pelo mesmo desespero em salvar o menino. Também procuraram atendimento em Jaguariúna, mas infelizmente a criança não resistiu e faleceu na internação do HC.
Em nota, a Associação Beneficente Cisne, responsável pela gestão do Hospital Municipal Walter Ferrari, reforçou que não pode ser responsabilizada pela ausência do soro. Segundo a entidade:
“O envio de soro antiescorpiônico aos Municípios segue a Deliberação CIB 14/2019, documento oficial do Estado de São Paulo que organiza as referências regionais para esse tipo de atendimento. Ressaltamos que todo soro antiofídico é fornecido exclusivamente pelo Ministério da Saúde, não sendo permitida sua aquisição direta pelos municípios ou entidades gestoras”.
Sobre o hospital de Jaguariúna não ser referência regional para aplicação do antídoto, a Cisne respondeu: “Havendo êxito na negociação do insumo junto à Secretaria de Estado da Saúde e na destinação do soro ao município, o Hospital Municipal Walter Ferrari estará integralmente disponível para apoiar todas as condutas definidas pelo município”.
Sobre o caso de Isabella, a nota diz que foram seguidos todos os protocolos de assistência, estabilização e transporte de urgência, garantindo a continuidade do atendimento conforme previsto pela rede estadual. “Lamentamos profundamente o sofrimento da criança e de seus familiares e reiteramos nosso compromisso com a verdade, a transparência e o respeito à população”, conclui o texto.








.jpg)
991994219.jpg)
.jpg)
%2098602-1824.jpg)


Comentários