Rosangela Calhau Rodrigues: um legado para a educação e a formação de Jaguariúna
- Gustavo Santos
- há 15 horas
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Atualizado: há 11 horas

Jaguariúna e Casa Branca se despediram nesta quinta-feira (22), de uma de suas maiores referências na educação. Rosangela Calhau Rodrigues, aos 70 anos, descansou. Deixou centenas de amigos, familiares e uma legião de ex-alunos com as mais enaltecedoras memórias e palavras de afeto pela educadora.
Em seu velório, primeiro em Jaguariúna e depois na cidade natal de seus pais, reuniu pessoas de todas as esferas da sociedade para um último adeus, ou um 'obrigado'.
Tomado pela emoção da perda, o professor Tomaz de Aquino Pires, coordenador da Casa da Memória Padre Gomes, de Jaguariúna, compartilhou conosco parte da história de vida de Rosangela, com a sensibilidade de quem a conheceu de perto, desde a época de aluna até tornar-se secretária de Educação.
Filha de uma das mulheres mais respeitadas da história educacional da cidade, Rosangela seguiu os passos da mãe com a mesma dignidade, responsabilidade e honestidade.
“Rosangela foi uma grande educadora. Filha de Julia Calhau Rodrigues, um nome que hoje dá identidade a uma escola e a um legado. Julia era símbolo de dignidade no trabalho, e Rosangela tinha nela seu espelho. Muita honestidade no desempenho de suas funções e nas responsabilidades que assumia”, relembrou Tomaz.

SUA HISTÓRIA
Nascida em 15 de março de 1955, Rosangela era também filha de José Domingos Rodrigues, homem muito querido na cidade. “Seo José participava ativamente da comunidade, ajudava no leilão dos garrotes da Festa de São Sebastião, nos movimentos beneficentes das igrejas. Era um homem transparente, positivo, objetivo”, destacou o professor.
O casal Julia e José, eram de Casa Branca, mas jovens vieram a Jaguariúna, onde Julia passou a atuar na educação local. Foi aqui que Rosangela e o irmão Luis nasceram, cresceram, estudaram e criaram suas raízes. Rosangela era solteira, mas sempre rodeada de sobrinhas e de tantas crianças.

Tomaz lembra com carinho o início dessa trajetória da então estudante:
“Quando comecei a lecionar na faculdade, Rosangela foi minha aluna em 1969, numa substituição do ginásio escolar do Estado, de Jaguariúna. Era uma aluna brilhante, dedicadíssima, inteligente, cumpridora dos seus deveres.”

Formada pela PUC-Campinas, ela tornou-se uma professora de Matemática muito respeitada, estimada por colegas e alunos, e procurada para aulas particulares. Nas memórias de Tomaz, recorda-se que Rosangela atuou como assistente de direção na Escola Estadual Franklin de Toledo Piza Sobrinho e depois assumiu a direção da Escola Municipal Mário Bergamasco, no bairro Florianópolis.
Após se aposentar da carreira de professora, foi convidada a assumir a Secretaria Municipal de Educação, entre 1996 e 2000, durante a gestão do prefeito e também professor Antonio Maurício Hossri.

Rosangela e Hossri encontraram-se recentemente na inauguração da Escola Municipal Amâncio Bueno, que retornou ao seu prédio original, agora reformado, e inaugurado em janeiro. Os amigos sentaram-se lado a lado, como professores homenageados pelo legado na Educação local.
“Foram quatro anos de trabalho (como secretária municipal) com a mesma objetividade e transparência que herdou dos pais. Era estimada por todos”, enfatizou Tomaz.
Além da atuação nas escolas, Rosangela também teve papel fundamental na formação de jovens para o projeto da ‘guardinha’, preparando adolescentes para a vida em sociedade e o mercado de trabalho.

“Quando um educador é de peso, com responsabilidade, com preparo de aula, e cumpre seus deveres, ele nunca morre. Fica na formação dos alunos, que serão pais, formarão famílias e manterão os valores que assimilaram dos seus professores”, finalizou o amigo Tomaz.
Agradecimento
Todas as fotografias publicadas nesse texto foram selecionadas com muita apuração e carinho, por Josí Rosana Panini: especialista em gestão de documentos históricos e preservação de acervos textuais, fotográficos e iconográfico.
As fotos constam nos arquivos da Casa da Memória Padre Gomes, onde Josí Panini trabalha há 17 anos e desempenha um papel fundamental na preservação e conservação do acervo histórico de Jaguariúna.
Também ficamos gratos pela disponibilidade do professor Tomaz em conversar conosco, nesse momento de muita comoção.
Aos familiares e amigos, desejamos muita luz nesse momento de dor.
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