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Dos carnavais da Vila e da cidade - por Tomaz de Aquino Pires

Foto do escritor: Tomaz de AquinoTomaz de Aquino


Fotos: Casa da Memória Padre Gomes
Fotos: Casa da Memória Padre Gomes

A festiva mocidade da vila organizava carnavais de rua e de salão. Músicos não faltavam. Em 1936 houve memorável corso na Rua Alfredo Engler. Organizaram-se cordões carnavalescos e as senhorinhas desfilaram em dois fordinhos 29. Um deles era de propriedade de Gabriel Sayad, comerciante sírio. Foi dirigido por Odone Mantovani e nele desfilavam as senhorinhas do cordão Paulistinha: Lavínia Mantovani, Julieta Bergamasco, Zenaide Frachetta e Anna Novaes e outras ainda não identificadas. Em outro, dirigido pelo comerciante italiano, Raul Finazzi, conduzia o bloco fantasiado de amor-perfeito: Amélia Finazzi, Otacília Pires, Carmela Chiavegato e Tarsila Ferrari. A fotografia deste último bloco foi procurada em três cidades. Infelizmente, nada se encontrou. Ele vive na tradição oral de seus familiares e descendentes, assim como os velhos Carnavais vivem na lembrança onde a vila dançava sadiamente na rua principal da vila e a família, no mais respeitável ambiente de salão.


Aspira-se ainda, na memória, o inebriante aroma do lança-perfume, lembra-se das chuvas incessantes de confetes e do cruzar, nos ares, dos rolos de serpentinas. São ouvidas na saudade e nas tenras e doces lembranças, as modinhas cantadas pelos nossos pais, no aconchego do lar, do galo que tinha saudade da galinha carijó, da loirinha dos olhos claros de cristal, do Pierrot e da Colombina, Oh Jardineira por que estás tão triste? Estes Carnavais do Passado parecem ter passado por um processo de avaliação e propiciado um Planejamento para os nossos carnavais das décadas de  60 e70. Posso dizer, porque eu os vivenciei, tomei parte deles em minha adolescência e juventude, quando se realizaram na “Sociedade Amigos de Jaguariúna”. Era apenas uma sede social na esquina da rua Alfredo Engler com a rua Cel. Amâncio Bueno, porém os Bailes e Carnavais ficarão também registrados  para a posteridade porque primaram pela organização , segurança, ambiente profundamente familiar.



Foram mais duas décadas de tranquilidade e alegria para os pais e filhos.” Quanto riso, oh! Quanta alegria... Me dá um dinheiro aí! As águas vão rolar! Todos eles estão errados, a Lua é dos namorados. A minha fantasia é uma toalha”. Retornávamos a casa ao clarão da aurora e portas amanheciam sem chave. Os portões baixinhos , em madeira ou ferro, nunca tinham cadeado, apenas um trinco. As festas de Orfeu continuaram em feliz clima de salão e família. O lança-perfume foi proibido em meados de 60, porém a alegria saudável, o respeito, a poesia das canções, os confetes, as serpentinas, a segurança nos Carnavais permaneciam. Renasceram os carnavais de rua com blocos e desfiles no primeiro lustro dos anos 70. Já eram as Escolas de Samba. “A “Sociedade Amigos de Jaguariúna fundiu-se com a União Esportiva Jaguariunense em 1968, resultando o “Jaguar Tênis Clube”. Na década de 1980, foi desativada a velha sede social do centro, que havia sido inaugurada em 1954, devido à construção de novo e grande Ginásio de Esportes do novo clube com belas piscinas e novas quadras e diversas modalidades esportivas.



Os desfiles de rua tornaram-se grandiosos e o brilho, a animação, os grandes desfiles com carros alegóricos  encantavam o povo do nosso município. Escola de samba Santa Cruz subia imponente do Berlim  com a sua águia prateada em carro alegórico ,seguida pela alegre e animada Escola Onça Preta  do centro da cidade. A Rua Cândido Bueno era a nova passarela. Depois surgiram novas Escolas que engrandeceram o Carnaval de Rua Jaguariunense. O carnaval de salão permaneceu nos anos 80 e lutou por manter-se nos anos 90. Com o progresso da cidade e aumento de sua população, novos espaços produziram bailes carnavalescos, porém, em novos tempos, o ambiente poético de salão foi desaparecendo juntamente com o tradicional clima dos velhos carnavais.



Tomaz de Aquino Pires, professor e coordenador da Casa da Memória Padre Gomes, de Jaguariúna.


 
 
 

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