Secretário rebate críticas e diz que gestão mudou modelo para Jaguariúna equilibrar finanças

Fred Chiavegato defendeu que a atual administração tem atuado de forma responsável para manter o equilíbrio orçamentário

O secretário de Governo de Jaguariúna, Alfredo Chiavegato Neto, subiu à tribuna durante a audiência pública do Plano Plurianual (PPA) para responder a questionamentos sobre a valorização dos servidores públicos municipais feitos por um representante da categoria. A fala do secretário acabou se estendendo e ganhou tom de pronunciamento firme sobre as condições da administração e os desafios enfrentados pelo governo Davi Neto (PP) desde o início da gestão, em janeiro.

Em seu discurso, Chiavegato relembrou a situação financeira em que o município foi encontrado pela gestão atual e criticou a forma como os serviços públicos foram conduzidos no final do mandato do ex-prefeito Gustavo Reis (MDB).

“Em julho do ano passado foi baixado um decreto onde não se gastava nada além do previsível. Pararam-se os serviços, não tinha dinheiro para encerrar o ano. Terminou com o recurso, terminou no azul, mas não prestou um serviço sequer na área da saúde. Ficaram exames pra trás, serviços de limpeza e muitos fornecedores a serem pagos”, afirmou o secretário.

Chiavegato defendeu que a atual administração tem atuado de forma responsável para manter o equilíbrio orçamentário, ressaltando que o governo trabalha com um orçamento herdado de outra legislatura.

O secretário também rebateu críticas sobre o número de cargos comissionados, afirmando que a Prefeitura trabalha hoje “com 40% a menos de comissionados do que a administração anterior”.

Outro ponto que ganhou destaque foi a menção à Asamas, antiga Organização Social (OS) que durante anos geriu parte dos serviços de saúde da cidade. Chiavegato elogiou o histórico da instituição, mas responsabilizou a gestão passada por sua falência.

“O que aconteceu é que uma má gestão quebrou a Asamas. Isso ninguém fala. Deixou uma dívida enorme e muitos funcionários sem receber”, declarou.

Ao defender o atual modelo de gestão da saúde, o secretário classificou a decisão do prefeito como “responsável” e criticou comentários que, segundo ele, “não condizem com a realidade da administração municipal”.

“Agora o problema vai ser da Prefeitura. E é uma decisão responsável do nosso prefeito. Não é justo ver pessoas que não conhecem a história e falam besteira”, disse.

Ao abordar as mudanças estruturais da gestão, Chiavegato afirmou que o modelo de administração pública em Jaguariúna mudou e que a Prefeitura tem se empenhado em fortalecer a capacidade de investimento com recursos próprios.

“Mudou a forma de Jaguariúna entender as coisas. A gente não dava bola pra recurso próprio. Hoje vimos que temos que aumentar imposto, porque o ICMS está caindo. Nós perdemos, uma Holambra a cada ano em arrecadação de ICMS”, explicou o secretário, fazendo referência à necessidade de ampliar a arrecadação municipal diante da queda nas transferências estaduais.

Chiavegato encerrou a fala afirmando que o PPA é uma peça orçamentária flexível, que pode ser ajustada conforme a arrecadação e as necessidades de cada área, e reforçou que a Prefeitura estuda formas de valorização dos servidores sem comprometer os investimentos em saúde, educação e assistência social.

“Nós estamos tentando terminar o ano no azul, cumprindo compromissos com a sociedade. O prefeito cobra todos os dias para que cada secretário economize. Não é fácil, mas estamos fazendo o que é possível com o que temos”, completou.

A audiência pública, realizada na Câmara Municipal, integra as discussões sobre o Plano Plurianual 2026–2029. Nesta quinta-feira o Executivo comparece novamente na Câmara, às 18h, para a segunda parte da audiência.