Rosângela Mantovani: 50 anos de dedicação à Biblioteca Municipal de Jaguariúna
Neste sábado (1º de abril), a bibliotecária Rosângela Mantovani, de 67 anos, completa 50 anos dedicados à Biblioteca Municipal de Jaguariúna. O amor pelas pessoas e pelos livros ocuparam todos os dias a vida de Rosângela.
Para ela a leitura oferece às pessoas a possibilidade de adquirir conhecimento, crescer e amenizar sofrimento. "A leitura é um momento de prazer, eu amo os livros, eu amo a cultura, eu gosto de auxiliar as pessoas, o livro é tudo na minha vida, eu escolhi essa profissão para mim”, afirmou.
Formada em biblioteconomia pela PUC-Campinas, fez Letras pela faculdade Plínio Augusto do Amaral, em Amparo, e Pedagogia na faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, em Ouro Fino, Minas Gerais.
Sua paixão pelos livros surgiu aos nove anos, quando estudava no terceiro ano na Escola Coronel Amâncio Bueno. Segundo ela, duas vezes ao mês, um caminhão do SESI Campinas, adaptado com uma biblioteca móvel, visitava a cidade. Nele, uma prateleira cheia de livros, com mesinhas e cadeiras para que os alunos pudessem ler e até mesmo emprestar os livros e devolver a cada 15 dias.
Nessa época a servidora conta que fez amizade com duas bibliotecárias, pode entender como era a profissão de bibliotecária e, com isso, teve a certeza de qual profissão queria para sua vida.
TRAJETÓRIA
A primeira biblioteca da cidade foi inaugurada no ano de 1971 pelo então Prefeito Francisco Xavier Santiago, no local onde hoje funciona a Câmara Municipal. Na época a biblioteca ocupava uma salinha onde também era o Correio.
Mas foi aos 18 anos, já cursando a faculdade, que Rosângela foi convidada pelo prefeito, na época Pedro Silveira Martins (Dinho), para trabalhar na biblioteca durante as manhãs e no período da tarde na Prefeitura.
Posteriormente o local foi derrubado para a construção da Câmara Municipal e uma sala na escola do Tozzi foi improvisada. Com o prédio da Câmara pronto, a biblioteca voltou e ficou instalada até 1996, depois foram para o Centro Cultural, onde também funcionou o Museu Ferroviário.
Nesta época começou a encadernar o primeiro jornal da cidade: "A Estrela”, em 1974, única edição. Depois vieram “A Voz de Jaguary”, em 1978; “Jaguar” de 1981 a 1983; “Gazeta Regional”, de 1984 a 2008; “Jornal de Jaguariúna (JJ)”, de 1994 e 2008 e “O Regional em 2003 a 2004. Hoje, todos estes jornais são encontrados na “Casa da Memória”.
NOME NA HISTÓRIA
Para ajudar os alunos nas pesquisas escolares, a servidora conta que mandou encadernar as revistas: Época, Veja, Super Interessante e Galileu, assim as transformou em livros. E quando não tinha assunto, o jeito era improvisar: "eu fazia pastas com fotos e materiais pesquisados em jornais e revistas atuais. Tudo para facilitar e ajudar os alunos", pontuou.
"Pude contribuir para que a biblioteca fosse um lugar especial. Durante todos esses anos de trabalho eu vi muitas vidas sendo transformadas pelos livros. Muitas crianças, que antes ‘viviam’ na biblioteca, acabaram se transformando em profissionais de sucesso. E hoje, aquelas crianças se transformaram em pais e, apesar de toda a tecnologia digital, hoje são os filhos delas que vêem até a biblioteca. Uma geração que passou para outra. Isso é gratificante e sinto que fiz o meu dever, pois as ajudei indiretamente. Mas o mais importante é que elas se tornaram pessoas do bem. Os livros realmente transformam”, afirma Rosângela.
Hoje a Biblioteca Municipal conta com um acervo de mais de 60 mil livros e quase 10 mil pessoas cadastradas.
São 50 anos de história, amor e dedicação pela Biblioteca de Jaguariúna. Rosângela não só ajudou, como também contribuiu com a história de Jaguariúna através dos livros, ajudando, auxiliando os alunos que hoje têm uma profissão.
Quem sabe um dia a Biblioteca de Jaguariúna levará o nome de "Rosangela Mantovani", uma pessoa que tanto fez e se dedicou para que o livros em cada prateleira não fosse esquecido. (Reportagem: Susi Baião)
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