Retratos antigos têm um destino: Casa da Memória de Jaguariúna - por Tomaz de Aquino Pires

Preciosas páginas de nossa história são reveladas nas fotografias do Passado. Eram impressas em papel grosso, hoje, muitas estão amarelecidas pelo tempo. Mesmo aquelas empoeiradas, sujas e com rasuras devem ser trazidas para a Casa da Memória. Aqui pesquisamos e procuramos resgatar o Passado, registrando-o, para servir o Presente e o Futuro. A fotografia tem o poder de registrar uma época com encantadora precisão. Trata-se de um documento histórico que espelha e imortaliza plenamente uma época, mostrando a realidade social de uma civilização. Por isso que os historiadores antes de produzir seu Discurso Histórico leem a literatura de uma época e analisam o material disponível sobre ela, suas imagens, seus documentos históricos e fotográficos. Há intensas pesquisas e comprovações de uma paisagem cultural, seguidas de um levantamento de seus monumentos arquitetônicos, buscando estudos arqueológicos, selecionando o patrimônio histórico cultural material e imaterial de uma civilização, antes de escrever o seu discurso histórico.

Percebam agora a importância desta cidade dispor de uma Casa da Memória, uma Instituição Pública Municipal cuja função seja recolher o seu acervo histórico. E disponibilizá-lo para estudo e pesquisas.
Esta Instituição de memória foi assim constituída para tão nobre finalidade. Procura recolher também a tradição oral, gravando a Memória dos Velhos, além de buscar reunir todos os documentos fotográficos e escritos sobre a História de Jaguariúna e de seu povo.
A escritora Ecléa Bosi em “Memória dos Velhos” escreveu sobre a importância de gravar as narrativas deles como fonte para notável revelação do passado. Gravem as narrativas de seus Idosos. Tragam-nas a esta Casa!
Colaborem com a coleta desta Casa, encontrando nos antigos guardados os “retratos”, os documentos, que são preciosos retalhos de nossa história.

Cumpre encontrar e resgatar este material. Muitas fotos estão esquecidas, soltas, empilhadas em malas e baús, caixas nos altos dos armários, porões, quartos de despejo. Estarão perdendo-se!Após a morte dos Velhos e/ou na mudança de casa feita pelos netos, procurem trazer fotos e álbuns para cá. Este acervo precioso ficará guardado e preservado para sempre, com utilidade garantida, servindo à posteridade. Sabendo que Jaguariúna dispõe de local público para guardar e disponibilizar tal material histórico para consulta e trabalhos específicos. Não deixe que isto aconteça com as fotografias e demais documentos guardados de seus antigos familiares.

Orientem a todos que tragam este material para a Casa da Memória. Aqui estará sob os cuidados de especialista competente e responsável pelo restauro, conservação e guarda do documento. Ela cursou Pós-Graduação nesta Arte. É a Josi Rosana Panini. Logo que chegam estas fotos, são higienizadas e estabilizadas (conservação). Perderão “sujidades”, mofos e demais prejuízos que as acompanham e danificam.
As fotos serão restauradas com material arquivístico como o papel importado japonês. Elas serão “escaneadas” em DPIs / PPIs específicos que permitam sua perfeita ampliação e reprodução. Digitalizadas vão adquirir sua transparência original.
Este material será catalogado, indexado e disponibilizado aos consulentes para pesquisa. Se doação, o mesmo ficará acondicionado em jaquetas especiais, produzidas em papel não alcalino, revestidas de plástico de polipropileno que manterá sua cor, manuseado com luvas será guardado em armário deslizante de aço, na Reserva Técnica, climatizado em ar condicionado sob mesma temperatura, dia e noite, para sempre.
Se suas fotos forem emprestadas para cópia, os originais serão responsavelmente devolvidos.

Tomaz de Aquino Pires, professor e coordenador da Casa da Memória Padre Gomes, de Jaguariúna.
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