Escola Amâncio volta para a própria casa - por Tomaz de Aquino
- Tomaz de Aquino
- 17 de fev.
- 3 min de leitura

Indescritível alegria tem tomado conta da população de Jaguariúna, desde que soubera que a tradicional escola nascida Grupo Escolar Cel. Amâncio Bueno retornaria para sua própria casa. Ficará abrigada em outro prédio escolar, desde fevereiro de 2009, e neste 10 de fevereiro de 2025, voltou a acolher os tesouros da infância para fazê-los crescer nas mãos ungidas dos Professores. Escola é solo sagrado não se fecha um prédio escolar para utilizá-lo com outras finalidades.
Os risos e ruídos das crianças voltam a ornamentar um prédio construído com a dedicação e luta de um nobilíssimo educador, Prof. Oscar de Almeida, que encarnou a aspiração do povo jaguariunense, desde que aqui chegou em 1932. Veio para dirigir o Grupo Escolar de Jaguary.
Ficava na rua Cândido Bueno, nº 1179, atual edifício Fiorindo Granchelli. Desde então, com a Vila crescendo, prédio alugado ao Estado, não satisfazia mais às necessidades da comunidade escolar. Foi chamado de Grupo Velho após 06 de outubro de 1946, quando se inaugurou este majestoso imóvel, que agora ressurge como Escola e reassume sua autêntica vocação, sublime e complexa de formar e informar o elemento humano, feito à imagem e semelhança de Deus.
É justo fazer vênia ao prédio e às muitas gerações de educadores que cumpriram com probidade sua primeira função de Ensinar durante décadas nele. Ele deve ser restaurado e tombado como patrimônio histórico, é um monumento símbolo da Educação na História de Jaguariúna. Nossos queridos e respeitáveis Velhos ainda contam que os professores, alunos e familiares transportaram a mudança para aquela inauguração de 1946.
A carrocinha puxada a bode do aluno Darci Firmino de Souza fez muitas viagens. E os educadores de hoje arregaçaram as mangas e misturaram-se aos pedreiros e pintores para, em 45 dias, por determinação e vontade do novo prefeito Davi Neto, ex-aluno da Casa, aprontarem-no para a sua reinauguração. O quadro fotográfico do Coronel introduzido em 1944, pelo diretor Oscar de Almeida, quando a escola oficialmente teve como patrono o fundador da cidade, estava lá.
O cerimonial iniciou-se com os novos alunos recebendo os educadores aposentados, rememorando com saudade e emoção a excelência e sublimidade do processo ensino-aprendizagem. Destacou-se a necessidade de tomar como exemplo a tradicional dedicação dos mestres que fazem crescer o elemento humano que têm em mãos, assim como a necessidade do educador olhar nos olhos do educando. Tudo se iniciou com oração ecumênica pedindo a paz e proteção divina.
Destacou-se a importância da direção e corpo docente receberem as crianças no pátio escolar com cumprimentos, oração ecumênica, avisos, conversando com os educandos, finalizando com um canto de amor e paz. Na opinião do cerimonialista o canto dos hinos pátrios pode e deve ocorrer uma vez por semana, assim como o hasteamento da Bandeira Nacional. Mas tudo deve ser previamente conversado e votado entre a direção, pais e mestres.
É essencial a efetiva participação dos mesmos, em todas as realizações escolares, pois eles confiam seus tesouros nas mãos dos educadores. Escola e pais devem falar a mesma linguagem. Pais e Mestres precisam de respeito e de confiança recíproca. Tudo isto concorrerá para com o êxito do processo ensino-aprendizagem.
A escola receberá alunos de 1º ao 5º ano e dispõe por volta de 11 salas de aula com ar condicionado. Davi Neto declarou, segundo ouviu de seu ex-diretor, que a tradição desta escola formou cinco dos oito Prefeitos que houve até o momento. Este dia deve ser registrado para a posteridade, dada a grande alegria e emoção do ato para a Educação nesta cidade. Parabéns a todos!

Tomaz de Aquino Pires, professor e coordenador da Casa da Memória Padre Gomes, de Jaguariúna.
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