Coletivo denuncia censura e repressão, Câmara de Jaguariúna cita atos antidemocráticos
- Gustavo Santos
- há 5 dias
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Os acontecimentos da sessão desta terça-feira (6) abrem a discussão sobre como será a condução das reuniões legislativas, com presença cada vez mais participativa da população - e com um cenário de legítimas cobranças aos políticos. E como os políticos, alguns em início de mandato, como vão reagir.
O grupo do Coletivo de Luta dos Servidores Públicos de Jaguariúna (CLSJ), responsável por assumir o papel de frente na greve dos servidores, e nas discussões sindicais, considerou a conduta da presidência da Câmara como um ato de repressão (nota abaixo).
O coletivo citou, em seu posicionamento, que servidoras idosas foram reprimidas pelos policiais, que tentavam acompanhar a sessão. Guardas Municipais se posicionaram na entrada do prédio e, segundo determinação do presidente Rodrigo Reis de Souza, o Rodriguinho (PP), o grupo foi impedido de entrar por carregar objetos de papelão.
Por outro lado, a Câmara Municipal, em nota oficial da presidência, afirma que a manifestação era de “membros de movimento grevista e partido político”, e que teriam praticado “atos violentos” no plenário.
O fato é que, diante da percepção do público, a intervenção policial para aquele tipo de manifestação foi considerada exagerada. No entendimento da Segurança, é dever da Guarda Municipal preservar a integridade das pessoas. Diante do objeto, caixão de papelão escrito “Diálogo”, a polícia considerou uma ameaça.
NOTAS OFICIAIS
Coletivo de Luta dos Servidores Públicos de Jaguariúna (CLSJ)
“Nós do Coletivo de Luta dos Servidores Públicos de Jaguariúna (CLSJ) estamos vindo público denunciar o caso de CENSURA e REPRESSÃO que sofremos ontem por parte do presidente da Câmara dos Vereadores, Rodriguinho (PP) e demais vereadores que coadunaram com a repressão.
Estivemos ontem, como em tantas outras sessões, em uma manifestação pacífica, na qual tínhamos um caixão de papelão, simbolizando a morte do diálogo e da confiança, que a Prefeitura do Davi (PP) de maneira autoritária e desrespeitosa tem tratado os Servidores Públicos.
Servidoras idosas foram duramente reprimidas pelos policiais que impediram a todo custo a nossa entrada na Câmara, violando um direito de todo cidadão jaguariunense.
No nosso entendimento, isso abre um precedente muito perigoso para a população de Jaguariúna, que dependendo do que for protestar, pode ser sumariamente calada e reprimida pela vontade de alguns poucos políticos.
Sabemos que a repressão não foi por conta do caixão, que não colocava a integridade física de ninguém em risco, mas sim por conta das ideias que levávamos conosco e que continuaremos a denunciar. ABAIXO À CENSURA EM JAGUARIÚNA!”
Câmara Municipal de Jaguariúna
"A Câmara Municipal de Jaguariúna manifesta publicamente seu veemente repúdio aos atos antidemocráticos direcionados aos vereadores durante a 10ª Sessão Ordinária, realizada nesta terça-feira, 6 de maio de 2025.
Um grupo de indivíduos, identificados como membros de um movimento grevista e de um partido político, perturbou reiteradamente os trabalhos no plenário, proferindo palavras caluniosas e praticando atos violentos que atentam contra os princípios democráticos.
Em um momento alarmante, um caixão de papelão em pedaços foi arremessado contra os parlamentares, colocando em risco a integridade física dos mesmos. Adicionalmente, uma vereadora teve sua fala interrompida por ataques pessoais e acusações caluniosas.
Apesar dos repetidos apelos da presidência pela manutenção da ordem, o referido grupo persistiu em desrespeitar os vereadores da Casa de Leis ao longo de toda a sessão.
A Câmara Municipal de Jaguariúna lamenta profundamente o ocorrido, reafirmando que os vereadores foram vítimas de inaceitáveis atos antidemocráticos e totalmente desrespeitosos.
O Poder Legislativo de Jaguariúna reitera sua convicção de que a democracia se fortalece pelo debate respeitoso de ideias e pela apresentação de sugestões construtivas, e não por ações que a confrontam."
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